terça-feira, 2 de agosto de 2011

Moacyr Góes retoma o teatro experimental com peça em boate


RIO - Moacyr Góes se tornou um dos principais encenadores brasileiros durante os seis anos (1988 a 1993) em que realizou espetáculos no pequeno Espaço 3, até então uma indesejada sala de ensaios nos fundos do Teatro Villa-Lobos, em Copacabana. Após montagens em outros palcos, dedicou-se, na década passada, a dirigir novelas na TV Globo e filmes comerciais, entre eles três com Xuxa e dois com o padre Marcelo Rossi. Na quinta-feira, às 22h, ele retorna ao teatro experimental voluntariamente por baixo: estreia na Fosfobox, boate gay que fica no subsolo do antigo shopping center da Rua Siqueira Campos, "A dança de Feliciano", texto próprio encenado com recursos próprios.
Mas não era para ser assim. Góes passou os últimos dois anos buscando patrocínio para dois projetos: uma transposição de "O livro de Jó" para um campo de concentração e uma adaptação de "O castelo", romance inacabado de Franz Kafka. Foi gongado em todos os editais públicos - municipais, estaduais, federais e de empresas estatais. Assumiu, então, um caminho alternativo e reforçou um discurso crítico em relação às leis de incentivo e à dependência que os artistas têm delas hoje.

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